quinta-feira, dezembro 20, 2007
RESPEITO
RESPEITO
Pelas beiras dos caminhos
Sabe Deus quantos velhinhos
Andarão neste Natal,
Sem que o mundo à sua frente
Lhes prometa que o presente
Não será sempre o normal.
Quando o hoje é semelhante
Ao passado, já distante,
Como o ontem foi igual,
O futuro não existe
Num presente, que é tão triste,
Sem prever melhor final.
O saber de muitos povos
Determina que os mais novos
Reconheçam no idoso,
Na velhice, ter direito
A viver com mais respeito
E uns anos de repouso.
Mas serão tão atrasados
Esses povos, apontados
Como gente mais selvagem?...
Ou será que o ocidente,
Se tornou tão indif'rente,
Que resusa aprendizagem? ...
VITOR CINTRA
" Relances "
segunda-feira, dezembro 17, 2007
CONTRADIÇÃO
CONTRADIÇÃO
A distância que separa
A certeza do incerto,
Por não ser grande, nem rara,
Faz o longe ficar perto.
Se quisermos ver direito,
Quando a vida corre mal,
Descobrimos que um defeito
Até pode ser normal.
Assim sendo, quem procura,
Por impulso da razão,
Encontrar contradição.
No defeito que perdura,
Achará, com desconcerto,
Que o errado é que está certo.
VITOR CINTRA
do livro " Ecos "
sábado, dezembro 08, 2007
MULHER
segunda-feira, novembro 26, 2007
OUTONO
OUTONO
Não há mais andorinhas nos beirais
Nem zumbem as abelhas pelos campos,
Nos rios já aumentam os caudais
Mercê da Natureza com seus prantos.
Passou a Primavera e o Estio
Deixou atrás seus tempos de pujança.
Do Norte sopra agora um vento frio
Que acende uma lareira na lembrança.
No chão, de folhas mortas, um tapete
De que se despojou o arvoredo
Em tempo, que é agora, de seu sono.
Qual ordem que em silêncio se repete
Por toda a Natureza, num segredo,
Sintomas da chegada de Outono.
VITOR CINTRA
do Livro " ECOS "
domingo, novembro 11, 2007
ENTENDIMENTO
sábado, novembro 03, 2007
DISPOSIÇÃO
terça-feira, outubro 23, 2007
ENJEITADO
terça-feira, outubro 09, 2007
ENVELHECENDO
quinta-feira, setembro 20, 2007
PALHAÇO
domingo, setembro 16, 2007
TACTO
TACTO
Quando me exortas
Sem arremedos,
Abrem-se portas,
Calam-se os medos;
E a horas mortas,
Os meus segredos
Abrem comportas,
Sem mais enredos.
Vitor Cintra
do Livro " Vertigem "
sábado, setembro 01, 2007
EM TI ... VITOR CINTRA
sexta-feira, agosto 24, 2007
PRESENÇA
PRESENÇA
A vida de toda a gente
Tem sempre a mulher presente.
Mulher pureza, ou pecado,
Mulher que vive a teu lado.
Mulher vida, mulher mãe.
Mulher madrasta também.
Mulher alegre, vibrante;
Mulher amiga, ou amante.
Mulher triste ou insegura;
Mulher sorriso, ternura;
Conforto na desventura.
Mulher esposa, carinho;
Mulher perdida, sem ninho,
Caida no mau caminho.
VITOR CINTRA
do livro " ECOS "
terça-feira, agosto 14, 2007
SANTA MARIA
SANTA MARIA
Ilha do Sol, Deus te fez!
Amou-te Gonçalo Velho
Ao ver-te a primeira vez,
Das águas, feitas espelho.
Colombo, no seu regresso,
Buscou em ti o abrigo.
E fê-lo com tal sucesso
Que à Virgem rezou contigo.
Santa Maria, na luz,
Nas praias, baías calmas,
Tens esplendor, que traduz
Beleza, p'ra muitas almas.
Se Portugal é um templo,
Que a Virgem Santa acolheu,
Partiu de ti o exemplo
Pois que o Seu nome é o teu.
Vitor Cintra
Do livro " Á DISTÂNCIA "
segunda-feira, agosto 06, 2007
BOA SINA
BOA SINA
Talvez por ver a vida em tom severo,
Ou porque nada nela me foi dado,
Olhei-a, muitas vezes, só de lado,
Se bem que com razões de desespero.
Os filhos que criamos duma forma
Julgada que é, por nós, a mais correcta,
Acabam por traçar a sua meta,
Dizendo ultrapassada qualquer norma.
Sabendo quantas vezes é madrasta
A sorte que, tentada, nos afasta
Daquilo que se toma por rotina.
Embora receando o que acontece,
Apenas vou ousando, numa prece,
Pedir que seja boa a sua sina.
VITOR CINTRA
Do Livro " ECOS "
quinta-feira, agosto 02, 2007
SENTIMENTOS
SENTIMENTOS
Vindos do fundo dos tempos,
Por caminhos sempre estranhos,
Chegam-nos os sentimentos
Que, por vezes, são tamanhos.
Uns são bons, ás vezes tanto
Que nos causam mesmo medo;
Muitos provocam o pranto,
Outros exigem segredo.
Sempre que um deles desaponta,
Em momento inesperado,
Deixa alguém angustiado;
É que, mesmo sem dar conta,
Quem por ele é atingido
Fica até surpreendido.
VITOR CINTRA
Do livro " ECOS "
domingo, julho 22, 2007
ÀS MÃES
ÀS MÃES
A mãe é, p'ra cada um,
O maior ser de excepção,
Com lugar no coração,
Mais sagrado que nenhum.
A mãe é, por mil razões,
O padrão do Universo,
Mesmo quando controverso
Seu saber e decisões.
São angústias que supera,
Desencantos, até vícios,
P'lo carinho que nos tem.
Desde o ventre, que nos gera,
Não se poupa a sacrifícios,
Porque mãe, é sempre Mãe.
VITOR CINTRA
do livro " ECOS "
quinta-feira, julho 12, 2007
ANSEIO
quarta-feira, julho 04, 2007
PROSTITUTA
terça-feira, junho 26, 2007
PENAS
PENAS
Sobre os ombros a sacola,
No caminho para a escola,
Empurrada pelo vento;
Enterrados os pezinhos
Nos lameiros dos caminhos,
Passo a passo, num tormento.
Tiritando com o frio
Vai olhando para o rio
Que rouqueija, com fragor;
Com coragem de criança
Vence o medo, porque avança,
Mas no rosto lê-se a dor.
VITOR CINTRA
do livro " ECOS "
segunda-feira, junho 18, 2007
DESPERTAR
DESPERTAR
Quando o sol beijou a terra
Não havia já luar,
Apagou-se atrás da serra
Afundando-se no mar.
Mas as ninfas que moravam
Nos regatos, entre montes,
Com seus cantos despertavam
Os duendes, reis das fontes.
N'alegria dos sentidos
Acordava a Natureza
Entre as cor's de mais beleza;
E os poetas esquecidos,
Inspirados pelas musas,
Versejavam gestas lusas.
VITOR CINTRA
do livro " ECOS "
quarta-feira, junho 13, 2007
RETROSPECTIVA
RETROPESCTIVA
Cansado da vida,
Perdido no tempo,
A alma rendida,
Sem encantamento;
A força perdida
Por esgotamento,
A mente vencida
Pelo sofrimento.
Saudade chorada
Co'a voz embargada,
A sorte jogada
Num mundo sem nada.
Nos anos passados,
Sem eira nem beira,
Os dias marcados
Por muita cegueira;
Os tempos trocados
Por ventos de feira;
Destinos cruzados
De qualquer maneira.
Refeito o caminho,
Seguido sozinho,
Recorda-se o ninho
Com muito carinho.
Rescaldos de dor
Das mágoas sofridas;
Afagos de amor
Das paixões vividas;
Amargo sabor
Das horas perdidas;
Restando o fervor
Das preces sentidas ...
VITOR CINTRA
Do livro " ECOS "
quarta-feira, junho 06, 2007
À VIDA
À VIDA
O prefácio duma vida,
Seja lá ela qual for,
Começou ao ser sentida
A chamada do amor.
Antes mesmo que aconteça
O final duma união,
Essa vida já começa
Num bater de coração.
É essência deste mundo
- No sentido mais profundo -
É-lhe devido respeito.
É pequena e indefesa,
Mas um dom da Natureza.
Matá-la? ... Com que direito ?! ...
VITOR CINTRA
do livro " ECOS "
domingo, junho 03, 2007
LEVIANDADE
LEVIANDADE
Por cuidar que estais, senhora,
Co'a maior falta de senso,
Fico triste quando penso
No dia em que ireis embora.
Nem momentos já vividos,
Nem quaisquer juras de amor,
Contarão como penhor
De propósitos perdidos.
Valerá, acaso, a pena
Procurar, num outro lado,
O amor desperdiçado? ...
Quem tem alma tão pequena
Nunca há-de achar um jeito
Que lhe valha algum respeito...
VITOR CINTRA
do livro " ECOS "
domingo, maio 27, 2007
SUBCONSCIENTE
sexta-feira, maio 25, 2007
PASSAGEM
PASSAGEM
Só eu, que vivo um sonho de gigante,
Na pequenez dos versos que componho,
Cantando o que é passado, bem distante,
E, do presente, o que é apenas sonho;
Só eu, que desejei que a lusa gente
Se mantivesse nobre, como outrora,
E que, na pequenez do seu presente,
Levasse essa nobreza mundo fora ;
Direi que alguma vez será passado
Aquilo que, nos povos africanos,
Por lá deixou ficar cada soldado.
Bem mais do que a lembrança dessas guerras,
Perdurará ainda, muitos anos,
O muito que fizeram nessas terras.
VITOR CINTRA
do livro " ECOS "
sábado, maio 19, 2007
COISAS.............VITOR CINTRA
Há coisas no nosso mundo
Que fazem dizer à gente
Às vezes, um NÃO rotundo,
Mas outras, um SIM pungente.
domingo, maio 13, 2007
CHEIRO
domingo, maio 06, 2007
EM CALCUTÁ
quarta-feira, maio 02, 2007
PREFIRO.........VITOR CINTRA
Não quero ficar na memória das gentes
Devido a riquezas que saiba guardar,
Prefiro lembranças, quiçá mais decentes,
Nascidas das causas que soube abraçar.
Não quero tornar-me modelo de alguém
Por ocas palavras, discursos à toa,
Prefiro tornar-me lembrança de quem
Escute em meus versos a alma que ecoa.
Não quero sentir sedução pelos mundos
Que não reconhecem os homens de bem,
Nem mesmo respeitam a fé de ninguém;
Prefiro guardar sentimentos, profundos,
De paz e justiça, partilha e amor,
Tornados permissas dum mundo melhor.
VITOR CINTRA
do livro " Pedaços do Meu Sentir"
sexta-feira, abril 27, 2007
SOFIA
SOFIA
De pequena refilona,
Sem receio de ninguém,
Pondo tudo na " mafona "
- Aliás, como convém -.
Foi crescendo, sendo arguta,
- Sempre a mesma " trovoada " -
Quando envolvida em disputa,
Nunca a vi ficar calada.
Se a razão lhe não assiste,
Argumenta a seu favor;
E faz isso com fervor.
Se o momento for mais triste
Acha sempre uma maneira
De ser boa companheira
VITOR CINTRA
do livro " ECOS "
segunda-feira, abril 23, 2007
FILHO
FILHO
Nascido entre as irmãs, foste o segundo
Dos filhos com que Deus me abençoou;
Foi tal a emoção de vir's ao mundo
Que o céu, em depressão, se desabou.
Em honra de meu Pai te dei o nome,
Um nome que, também eu, recebi;
Pois, neste imenso amor que me consome,
Melhor não saberia achar p'ra ti.
Que Deus, em Sua graça sublime,
Ajude a tua vida, te ilumine,
Que sejas, hoje e sempre, homem de bem.
O nome, que é herdado, tem valor
Se cada um de nós fizer melhor
Do que já fez seu pai, ou sua mãe.
VITOR CINTRA
do Livro " ECOS "
sexta-feira, abril 20, 2007
HELENA
HELENA
Helena fora já, num outro tempo,
Um nome atravessado em meu caminho.
A vida quis-me pai e, num momento,
Gerada foi Helena, meu carinho.
Talvez por ser maior, no coração,
A esp'rança, nesta filha, investida,
Sofri muito maior desilusão
Por vê-la, tantas vezes, tão perdida.
Não sendo, como pai, o mais perfeito,
Não deixo, mesmo assim, e do meu jeito,
De ter-lhe grande amor, desde pequena.
Se a Deus, em Sua graça, Lhe aprouver,
Será bem mais feliz, como mulher,
A filha por quem temo, a minha Helena.
VITOR CINTRA
do livro " ECOS "
quarta-feira, abril 18, 2007
OS 5 BLOGS QUE ME FAZEM PENSAR
OS 5 BLOGS QUE ME FAZEM PENSAR
Sinto-me duplamente honrada e muito feliz, pelo amigo do blog
" CINCO BLOGS QUE ME FAZEM PENSAR ".
Ao autor do blog LIVROS E AUTORES , o meu agradecimento, pelas escolhas do :
A POESIA DE VITOR CINTRA
e
ALMA DE POETA
É uma missão ingrata ter de nomear 5 blogs, pois que existem muitos que gosto de ler.
Tendo de optar, fiz as seguintes escolhas :
Os autores dos blogs que nomeei devem copiar o selo correspondente e afixá-lo na barra lateral dos seus blogs.
De seguida devem nomear os cinco blogs que escolheram e fazer um post a nomeá-los.
Beijo a todos
Isabel
quinta-feira, abril 05, 2007
FIM DE TARDE
Os olhos vagueando o horizonte
Vislumbram lá no cume, atrás do monte,
O sol que se recolhe ao fim do dia.
Pintado de laranja o arenito
Desperta nesse ocaso,como um grito,
Fantasmas, com um toque a fantasia.
Saídas das memórias da infância
Ressoam badaladas, à distância,
Chamando à oração o povo crente;
Na tarde, que se esvai, melancolica,
A par de quanto resta de alegria,
Acalma o coração de toda a gente.
A noite, que ao cair envolve tudo,
Abafa, numa sombra, gesto mudo,
Um tempo que não volta mais atrás;
Do norte soa agora a voz do vento,
Baixinho, quase apenas um lamento,
Com medo de quebrar aquela paz.
Vitor Cintra
Do livro " Alegorias "
domingo, março 18, 2007
CASTELOS....poema de VITOR CINTRA
CASTELOS
À volta dos meus castelos,
Erguidos no dia a dia,
Há sombras de nostalgia,
Que surgem ao descrevê-los.
Muralhas ontem erguidas,
Por medos insuspeitados,
Queixumes, quantos calados,
Vergonhas, nunca assumidas.
Do tempo verteram horas
Que a vida deixou passar,
Castelos, feitos no ar,
Por pressas, ou por demoras.
E tudo o que resta ainda
Erguido, como muralha,
Não passa duma mortalha
Da vida, que já se finda.
Vitor Cintra
Do livro "PEDAÇOS DO MEU SENTIR"
( à venda nas livrarias)
sábado, março 03, 2007
ERICEIRA
ERICEIRA
Debruçada sobre o mar,
Vendo as ondas rebentar
Entre calmas e furores,
Ericeira permanece
Vila simples, que parece
Falar só de pescadores.
Do mar vem-lhe mais sustento
Quando as ondas, mais o vento,
Lhe permitem ir á faina;
E diverte-se o " surfista ",
Se essas ondas fazem crista,
Quando o vento norte amaina.
Vitor Cintra
Do livro " À DISTÂNCIA "
sábado, fevereiro 24, 2007
DESGARRADAS
DESGARRADAS
Na solidão do meu mundo
Mergulho no desespero,
Sofrendo cada segundo
Mais penas, porque te quero.
São margaridas, as flores
Tão belas quanto mimosas;
Tão gratas são os amores,
Como à paixão são as rosas.
Há mais calor no sorriso
Que faz promessa de beijos,
Do que o calor que é preciso
Para acender os desejos.
Cada promessa calada,
Quando se fala de amor,
É como rosa fechada
Entre roseiras em flor.
É no momento mais duro,
Quando o amor se deseja,
Que o coração, mais seguro,
Cede á paixão e fraqueja.
Vitor Cintra
Do livro " À DISTÂNCIA "
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
SÓ.........VITOR CINTRA
Sentes-te só!
E a dor da solidão, que te acompanha,
Obriga a tua vida a ser tacanha,
Insípida, vulgar, e sem destino;
Mas, se por dó,
Aceitas transformar o teu futuro
Em algo que acreditas mais seguro,
Acabas cometendo desatino.
Ninguém tem mais
Do que somente alma e o talento,
Que o façam abraçar cada momento
Como o melhor, que a vida lhe há-de dar.
Quaiquer sinais,
Tomados por prenúncio de fortuna,
Serão tal qual areia numa duna,
Que voa, assim que o vento lhe soprar.
Vitor Cintra
Do livro " PEDAÇOS DO MEU SENTIR"
(à venda nas livrarias)
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
FALTA........VITOR CINTRA
Que me causam mais tristezas,
Do refúgio em que me isolo,
Olho a serra e oiço o mar
E os segredos do luar.
Do amor, que nunca tive,
Só o sonho sobrevive,
Sem proveito, ou qualquer dolo,
E que marca um sacrifício
De renúncia, desperdício.
Mas, nas noites de invernia,
Quando bate a nostalgia,
Sinto a falta do consolo,
Que nos vem duma carícia
Com tempero de malícia.
Vitor Cintra
Do livro " PEDAÇOS DO MEU SENTIR "
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
SOZINHO.....VITOR CINTRA
SÓZINHO
Por me deitar sozinho, sinto faltaDo toque do teu corpo, do carinho
Dos seios, que não acho, estou sozinho
Num leito que, vazio, sobressalta.
Por me deitar sozinho, sinto falta
Do fogo, que se espalha p'los meus dedos,
Sedentos de afagar os teus segredos
Num sonho de erotismo, que me assalta.
Por me deitar sozinho, temo a noite,
Que teima em arrastar-se, lentamente,
Sem dar repouso ao corpo, nem à mente;
E sem o teu regaço, onde me acoite,
Acabo por pensar que a madrugada
Atrasa, de propósito, a chegada.
Vitor Cintra
Do livro "PEDAÇOS DO MEU SENTIR "
(à venda nas Livrarias)
segunda-feira, janeiro 29, 2007
REENCONTRO
REENCONTRO
Assim me queiras tu que, por meu lado
Não vou deixar de amar-te, nunca mais,
Ainda que os dislates do passado
Nos tornem mais diferentes do que iguais.
Nasci para te amar e ser amado
Por ti, que me fizeste recordar
Distantes horizontes do meu fado,
Tão cheio dos azuis de céu e mar.
Nem tudo está perdido, no meu mundo,
Enquanto eu encontrar, no teu sorriso,
A força e o carinho, que preciso.
Serei feliz até, cada segundo
Que vir, do teu olhar, a ansiedade
Sair p'ra dar lugar à f'licidade.
Vitor Cintra
Do livro " Á DISTÂNCIA "
domingo, janeiro 21, 2007
AO NATURAL
AO NATURAL
Penhascos, em ravinas escarpadas,
Espreitam, lá do alto, o oceano,
Em volta as andorinhas, agitadas,
Procuram novos ninhos, este ano.
Ao sol da Primavera, que as aquece,
Gaivotas, com grasnidos agoirentos,
Vigiam, lá do alto, o que acontece,
Planando, sobre as fragas, contra o vento.
Escorrem, das quebradas, os regatos
Lançados em corrida para o mar,
Contando suas mágoas ao passar.
Atentos, mas mantendo seus recatos,
Há melros, que esvoaçam, atrevidos,
À caça dos insectos distraídos.
Vitor Cintra
Do livro " Á DISTÂNCIA "
quarta-feira, janeiro 10, 2007
ENUNCIADO
ENUNCIADO
Primeiro:
Não há dinheiro,
No mundo inteiro,
Cujo valor
Valha um amor,
Vivido a sério.
Segundo:
Por todo o mundo,
Se crê profundo
O sentimento,
Que o pensamento
Tem por mistério.
Terceiro:
Ver no perceiro
O dom cimeiro,
Que o mundo encerra,
Deita por terra
Qualquer critério.
Vitor Cintra
Do livro " À DISTÂNCIA "
quarta-feira, janeiro 03, 2007
SORRISO.........VITOR CINTRA
SORRISO
Há lá coisa mais bonita
Que um sorriso de mulher?!
Quando a alma mais se agita,
De alegria, ou na desdita,
É um sorriso que ela quer.
Um sorriso cativante,
De promessa insinuada,
Que a inspire no bastante
P'ra não ver na vida errante
Solução p'ra tudo e nada.
Um sorriso simpatia,
Que, ao mostrar cumplicidade,
Lhe transmite essa alegria,
Que é enlevo, e cada dia,
Gera mais felicidade.
Vitor Cintra
Do livro "Pedaços do Meu Sentir"