domingo, maio 27, 2007

SUBCONSCIENTE






SUBCONSCIENTE




De vidas passadas

Há coisas guardadas,

Que surgem lembradas

Na nossa memória;

Em certos momentos

São só sentimentos,

Ou só pensamentos

Que contam a história.




VITOR CINTRA


Do livro " À DISTÂNCIA "


sexta-feira, maio 25, 2007

PASSAGEM





PASSAGEM

Só eu, que vivo um sonho de gigante,
Na pequenez dos versos que componho,
Cantando o que é passado, bem distante,
E, do presente, o que é apenas sonho;

Só eu, que desejei que a lusa gente
Se mantivesse nobre, como outrora,
E que, na pequenez do seu presente,
Levasse essa nobreza mundo fora ;

Direi que alguma vez será passado
Aquilo que, nos povos africanos,
Por lá deixou ficar cada soldado.

Bem mais do que a lembrança dessas guerras,
Perdurará ainda, muitos anos,
O muito que fizeram nessas terras.



VITOR CINTRA

do livro " ECOS "

sábado, maio 19, 2007

COISAS.............VITOR CINTRA



Há coisas no nosso mundo
Que fazem dizer à gente
Às vezes, um NÃO rotundo,
Mas outras, um SIM pungente.

Há coisas, na nossa vida,
Que trazem, no dia a dia,
Às vezes, mágoa sentida,
Mas outras, muita alegria.

Há coisas, nos nossos sonhos,
Calados como segredos,
Às vezes, fundos medonhos,
Mas outras, apenas medos.



VITOR CINTRA


Do livro " PEDAÇOS DO MEU SENTIR"
(À venda nas Livrarias)

domingo, maio 13, 2007

CHEIRO





CHEIRO



Teu corpo, poema ardente,
Frenética rima de ais,
Aurora, pedindo mais,
Com louco vigor, fremente.


Teu rosto, sorriso aberto,
Promessa, sonho, desejo,
Tornando-se a cada beijo
Tão quente, quanto tão certo.


E o dia feito uma hora,
Por entre os ais e os gemidos,
Festim, sem par, dos sentidos.


Mas, quando te vais embora,
Só fica o teu cheiro, intenso,
Enchendo o vazio imenso.





VITOR CINTRA


do livro " À DISTÂNCIA "


domingo, maio 06, 2007

EM CALCUTÁ




EM CALCUTÁ




Chamou-te o Senhor Deus para as ruelas

Aonde, por miséria, se definha

E foste, sem receio de ir sozinha,

Cuidar dos infelizes que andam nelas.


Por ordem do Senhor, viveste ali;

Co'a força do Senhor, cuidaste deles;

Serviste, dos humildes, os mais reles,

Co'a graça que o Senhor te deu a ti.


E restam, nas imagens mais lembradas,

Os gestos dessas mãos abençoadas

P'lo dom da caridade, lenitivo


Da dor do indigente, fugitivo

Da vida e consciência dos humanos,

Tão frios e distantes quanto urbanos.




VITOR CINTRA


Do livro " À DISTÂNCIA "

quarta-feira, maio 02, 2007

PREFIRO.........VITOR CINTRA



Não quero ficar na memória das gentes
Devido a riquezas que saiba guardar,
Prefiro lembranças, quiçá mais decentes,
Nascidas das causas que soube abraçar.

Não quero tornar-me modelo de alguém
Por ocas palavras, discursos à toa,
Prefiro tornar-me lembrança de quem
Escute em meus versos a alma que ecoa.

Não quero sentir sedução pelos mundos
Que não reconhecem os homens de bem,
Nem mesmo respeitam a fé de ninguém;

Prefiro guardar sentimentos, profundos,
De paz e justiça, partilha e amor,
Tornados permissas dum mundo melhor.




VITOR CINTRA

do livro " Pedaços do Meu Sentir"
(à venda nas Livrarias)