domingo, agosto 14, 2011

AVÔ

(imagem recolhida na internet)
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Quantas farturas tão parcas;
Quantas carências vividas;
Quantas angústias sentidas,

Para gravar essas marcas.
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Marcas que a vida deixou
Nesse teu rosto enrugado,
Onde se lê que o passado
Te foi difícil, avô.
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Mas, no caminho dos anos,
Nem mágoas, nem desenganos,
Te viram perder o norte;
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Nem foram razão bastante
P'ra te lançar num errante
Caminho, buscando a sorte.
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Vítor Cintra
No livro: AFAGOS


quarta-feira, agosto 10, 2011

MESQUINHEZ

(imagem recolhida na internet)
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Não são, nem nunca foram, importantes
As causas, que tu dizes cruciais;
Mesquinhas sim, talvez deselegantes,
Mas isso só, apenas, nada mais.
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Os dramas, esses dramas pequeninos,
Porque alguém diz que disse, ou porque fez,
São nada, nem sequer são genuínos,
Nem valem que se diga «era uma vez...»
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Se toda a tua vida for só isso,
Lamenta a erosão do teu viver
E trata de arranjar o que fazer.
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O tempo leva modas e feitiço,
Mas nunca levará a mesquinhez
De quem a não sacode de uma vez.
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Vítor Cintra
Do livro: PASSAGENS