quinta-feira, abril 05, 2007

FIM DE TARDE



FIM DE TARDE



Os olhos vagueando o horizonte
Vislumbram lá no cume, atrás do monte,
O sol que se recolhe ao fim do dia.
Pintado de laranja o arenito
Desperta nesse ocaso,como um grito,
Fantasmas, com um toque a fantasia.

Saídas das memórias da infância
Ressoam badaladas, à distância,
Chamando à oração o povo crente;
Na tarde, que se esvai, melancolica,
A par de quanto resta de alegria,
Acalma o coração de toda a gente.

A noite, que ao cair envolve tudo,
Abafa, numa sombra, gesto mudo,
Um tempo que não volta mais atrás;
Do norte soa agora a voz do vento,
Baixinho, quase apenas um lamento,
Com medo de quebrar aquela paz.



Vitor Cintra
Do livro " Alegorias "

4 comentários:

leituras disse...

Não sei se este poema tem título, ou se aceitas sugestões. Mas a beleza que ele me leva a imaginar, sugere-me qualquer coisa como um "fim de tarde" ou "fim de dia" ou ainda "a chegada do crepúsculo". É simplesmente belo.

Boa Páscoa e boa semana

gato_escaldado disse...

Um Abraço. Gostei muito do poema.

leituras disse...

Não podia deixar de te nomear como um dos 5 blogs que me fazem pensar. E não te indico como uma contrapartida da minha nomeação, mas porque a tua poesia é dalguma forma a minha poesia.

Boa semana

sonhadora disse...

a noite ao cair envolve tudo e os sonhos acariciam o meu corpo de cetim.
Beijinhos embrulhados em abraços