quinta-feira, dezembro 30, 2010

Um Bom Ano 2011


Que o ano de 2011 possa ser menos mau do que aquilo a que os políticos nos condenaram.

segunda-feira, dezembro 27, 2010

SERVIDÃO

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Crianças de qualquer raça,
Cultura, crença, nação,
Num tempo, que agora passa,
Sujeitas à servidão.
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Em lógica que ultrapassa
Qualquer humana razão,
Infância feita desgraça,
Amarga de coração,
Tornada numa ameaça
Da próxima geração.
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Revolta, sob mordaça,
Calada por coacção;
Nas almas, sob devassa,
Cuidados que seus não são.
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Vítor Cintra
Do livro: MEMÓRIAS
Neste tempo, que se pretende seja de paz, de esperança, de solidariedade, não é possível esquecer que, mundo além, existem milhares de crianças vivendo em situação de SERVIDÃO.

quinta-feira, dezembro 23, 2010

FELIZ NATAL


FELIZ NATAL PARA TODOS VÓS, AMIGOS!

segunda-feira, dezembro 20, 2010

RESPEITO

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Pelas beiras dos caminhos
Sabe Deus quantos velhinhos
Andarão neste Natal,
Sem que o mundo à sua frente
Lhes prometa que o presente
Não será sempre o normal.
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Quando o hoje é semelhante
Ao passado, já distante,
Como o ontem foi igual,
O futuro não existe
Num presente, que é tão triste,
Sem prever melhor final.
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O saber de muitos povos
Determina que os mais novos
Reconheçam ao idoso,
Na velhice, ter direito
A viver com mais respeito
E uns anos de repouso.
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Mas serão tão atrasados
Esses povos, apontados
Como gente mais selvagem?...
Ou será que o Ocidente
Se tornou tão indif'rente
Que recusa aprendizagem?...
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Vítor Cintra
Do livro: RELANCES
Num tempo em que os bens e erário públicos se aproximam da exaustão, mas continuam a ser sugados por gente sem vergonha, sem escrúpulos e sem moral, é forçoso que lembremos aqueles que, apesar de mais necessitados, continuam esquecidos.

quinta-feira, dezembro 16, 2010

AMAZONA


Lançando-se a galope pelo prado,
Sem sela na montada e semi-nua,
Surgiu, como visão, à luz da lua,
Aos olhos do cativo, naufragado.
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Trazidos nas correntes da maré,
À costa - enregelado até aos ossos -
O mar lançou, com ele, alguns destroços,
Despojos do naufrágio da galé.
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Há morte, numa lança já em riste,
Suspensa dum só gesto, que desiste
Ao ver o moribundo agrilhoado.
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Desmonta, a amazona, do cavalo.
Hesita, mas resolve-se a tratá-lo
E, lesta, vai rumando ao povoado.
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Vítor Cintra
Do livro: DIVAGANDO

domingo, dezembro 12, 2010

SEQUÊNCIA

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São as horas que vivemos
Em perfeita consonância,
Que nos lembram que tivemos
Rm comum a nossa infância.
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Foram tantos os folguedos,
Tão feliz a meninice,
Sem cuidados, sem segredos,
Numa ou outra brejeirice.
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Muitos sonhos do passado
Foram mais tarde certezas,
Sem haver nisso surpresas.
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A razão, posta de lado,
Deu lugar ao sentimento
Que vivemos no momento.
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Vítor Cintra
Do livro: MEMÓRIAS

quarta-feira, dezembro 08, 2010

SENHORA DA CONCEIÇÃO

Em Alcobaça a memória
Chama-te Mãe da Vitória,
Ao relembrar Santarém;
E, mais além, na Batalha,
Que o Mestre quis por mortalha,
És da Vitória também.
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Mas foi em Vila Viçosa
Que, Virgem Mãe, poderosa
Senhora da Conceição,
Abriste porta à coragem,
Abençoando a linhagem
Que resgatou a Nação.
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És, Santa Mãe, Padroeira,
Entre as rainhas, primeira,
Das terras de Portugal,
Dom João o decretou
E o povo todo aclamou.
És devoção nacional!
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Vítor Cintra
Do livro: AFAGOS

sábado, dezembro 04, 2010

PIROPO

Abre-se em graça teu rosto,
Numa candura feliz,
Quando alguém passa e te diz
Ditos brejeiros, com gosto.
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Seja, ou não seja, suposto
Ser o piropo a raiz
Doutros dichotes mais vis,
Nunca há-de ver-se indisposto.
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Esse seu ar bem-disposto
Vem, quando deles te ris,
Só porque soam pueris.
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Seriam, sim, de desgosto
Se feitos doutro cariz
Mais triste, ou mais infeliz.
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Vítor Cintra
Do livro: AFAGOS

quarta-feira, dezembro 01, 2010

BRAGANTINA

Amordaçado fora o reino inteiro;
O povo, empobrecido, escravizado.
Filipe, que a reinar era o terceiro,
Tratava com desprezo o povo errado.
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Estava-se em Dezembro, no primeiro.
Em actos de revolta consertados,
Matando, na Ribeira, o conde Andeiro,
Entravam em acção os conjurados.
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E logo todo o povo de Lisboa,
Num brado «Viva o Rei!», que longe ecoa,
Se junta aos conjurados e os anima,
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Como todo o Portugal se agigantando
E o Duque de Bragança no comando,
Nascia a dinastia Bragantina.
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Vítor Cintra
Do livro: DINASTIAS