segunda-feira, outubro 31, 2011

A M A R

(imagem recolhida na internet)

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Amar é estar em noca estada,
É sim, é não, é tudo, é nada;
É vir, partir, recomeçar,
É rir, chorar, é recordar.

É sol, é chuva, é dar sem ter,
É bom, é mau, razão de ser,
É paz, é guerra, é ilusão,
É doce amargo, dom, paixão.

É céu, é terra, é mar, é vento,
É luz, calor, deslumbramento,
É força, é dor, é uma miragem.

É vida e morte, é renascer,
É querer, sem crer e sem descrer,
É fé, é culto de uma imagem.

Vítor Cintra
Do livro: PEDAÇOS DO MEU SENTIR

segunda-feira, outubro 17, 2011

ILUSÃO

Existe, numa terra bem distante,
Num reino que surgiu num faz de conta,
Senhora de capricho intolerante,
A deusa cujo trato nos afronta.
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Nascida do desmando, ou de loucura,
Criada por prazer, ou por ganância,
Colheu, nos maus caminhos, amargura,
Deixada a castidade na infância.
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Mas quando, nesse mundo que a oprime,
A fama, que gerou, não a redime,
Sucumbe, por fracasso, na penúria.
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Partindo, numa busca desregrada,
Encontra, no caminho ruma a nada,
A sua condição de ser luxúria.
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Vítor Cintra
Do livro: ECOS

sábado, outubro 08, 2011

DIADEMA

(Imagem recolhida na internet)
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No diadema de encanto,

que te cinge a fronte,

tomou lugar a magia, que gera devaneios.

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Todos os mistérios do ser,

que em ti se cruzam,

são ímpetos de vida,

prenúncios de paraísos.

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Há em ti, mulher,

o fascínio de mil e uma noites

fantasiadas de emoção.

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Vítor Cintra

Do livro: Nas brumas da magia

sábado, outubro 01, 2011

DESAFOROS

(Imagem recolhida na internet)
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São desaforos de mim
Esses teus ais, ou suspiros,
Como se fossem respiros
Do coração, sem ter fim.
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São desaforos de mim
Essas visões, encantadas,
Entre bafejos, tornadas
Como cicuta ruim.
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São desaforos de mim
Esses sentires, eivados
De tantos sonhos, deixados
Ao guizalhar de arlequim.
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Vítor Cintra
Do livro: ENTRE O LONGE E O DISTANTE