sábado, fevereiro 24, 2007

DESGARRADAS








DESGARRADAS


Na solidão do meu mundo
Mergulho no desespero,
Sofrendo cada segundo
Mais penas, porque te quero.



São margaridas, as flores
Tão belas quanto mimosas;
Tão gratas são os amores,
Como à paixão são as rosas.


Há mais calor no sorriso
Que faz promessa de beijos,
Do que o calor que é preciso
Para acender os desejos.


Cada promessa calada,
Quando se fala de amor,
É como rosa fechada
Entre roseiras em flor.


É no momento mais duro,
Quando o amor se deseja,
Que o coração, mais seguro,
Cede á paixão e fraqueja.




Vitor Cintra


Do livro " À DISTÂNCIA "

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

SÓ.........VITOR CINTRA



Sentes-te só!
E a dor da solidão, que te acompanha,
Obriga a tua vida a ser tacanha,
Insípida, vulgar, e sem destino;
Mas, se por dó,
Aceitas transformar o teu futuro
Em algo que acreditas mais seguro,
Acabas cometendo desatino.

Ninguém tem mais
Do que somente alma e o talento,
Que o façam abraçar cada momento
Como o melhor, que a vida lhe há-de dar.
Quaiquer sinais,
Tomados por prenúncio de fortuna,
Serão tal qual areia numa duna,
Que voa, assim que o vento lhe soprar.




Vitor Cintra

Do livro " PEDAÇOS DO MEU SENTIR"

(à venda nas livrarias)

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

FALTA........VITOR CINTRA


Mergulhado nas certezas
Que me causam mais tristezas,
Do refúgio em que me isolo,
Olho a serra e oiço o mar
E os segredos do luar.

Do amor, que nunca tive,
Só o sonho sobrevive,
Sem proveito, ou qualquer dolo,
E que marca um sacrifício
De renúncia, desperdício.

Mas, nas noites de invernia,
Quando bate a nostalgia,
Sinto a falta do consolo,
Que nos vem duma carícia
Com tempero de malícia.



Vitor Cintra

Do livro " PEDAÇOS DO MEU SENTIR "
( À venda nas Livrarias )

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

SOZINHO.....VITOR CINTRA





SÓZINHO

Por me deitar sozinho, sinto falta
Do toque do teu corpo, do carinho
Dos seios, que não acho, estou sozinho
Num leito que, vazio, sobressalta.


Por me deitar sozinho, sinto falta
Do fogo, que se espalha p'los meus dedos,
Sedentos de afagar os teus segredos
Num sonho de erotismo, que me assalta.

Por me deitar sozinho, temo a noite,
Que teima em arrastar-se, lentamente,
Sem dar repouso ao corpo, nem à mente;



E sem o teu regaço, onde me acoite,
Acabo por pensar que a madrugada
Atrasa, de propósito, a chegada.




Vitor Cintra

Do livro "PEDAÇOS DO MEU SENTIR "
(à venda nas Livrarias)