segunda-feira, novembro 26, 2007

OUTONO






OUTONO





Não há mais andorinhas nos beirais
Nem zumbem as abelhas pelos campos,
Nos rios já aumentam os caudais
Mercê da Natureza com seus prantos.

Passou a Primavera e o Estio
Deixou atrás seus tempos de pujança.
Do Norte sopra agora um vento frio
Que acende uma lareira na lembrança.

No chão, de folhas mortas, um tapete
De que se despojou o arvoredo
Em tempo, que é agora, de seu sono.

Qual ordem que em silêncio se repete
Por toda a Natureza, num segredo,
Sintomas da chegada de Outono.




VITOR CINTRA
do Livro " ECOS "

domingo, novembro 11, 2007

ENTENDIMENTO








ENTENDIMENTO





Independentemente da saudade

Que nos corroi a alma com lembranças,

Existem certas semelhanças

Que podem sugerir proximidade.




De colonizador's fomos chamados,

Em depreciativo tom. Aqui!

O certo é que, pensando o que vivi,

Nós fomos sempre, e só, colonizados.




O colonizados não se sujeita

A viver pobremente a trabalhar,

Sem nada ter, de seu, para mostrar;



Mantém-se, no conforto, sempre á espreita

Da forma de tirar algum partido

Do jugo a que se sujeita o oprimido.









VITOR CINTRA


do livro " ECOS "

sábado, novembro 03, 2007

DISPOSIÇÃO




DISPOSIÇÃO


Existe neste mundo um paraíso,
No qual a nossa alma rejubila,
Viver o dia a dia co'um sorriso
E ter a consciência tranquila.


E porque cabe só no foro interno,
A raiva que resulta de postura,
Existe em cada um o seu inferno,
Em forma de revolta e amargura.


Mas seja, quer sagrado quer profano,
O modo de sentir do ser humano,
Há sempre uma verdade que persiste,


Só toma o seu destino por perverso
Quem julga ser o centro d'universo,
E dessa presunção nunca desiste.




VITOR CINTRA
Do livro " Relances "