quinta-feira, dezembro 16, 2010

AMAZONA


Lançando-se a galope pelo prado,
Sem sela na montada e semi-nua,
Surgiu, como visão, à luz da lua,
Aos olhos do cativo, naufragado.
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Trazidos nas correntes da maré,
À costa - enregelado até aos ossos -
O mar lançou, com ele, alguns destroços,
Despojos do naufrágio da galé.
.
Há morte, numa lança já em riste,
Suspensa dum só gesto, que desiste
Ao ver o moribundo agrilhoado.
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Desmonta, a amazona, do cavalo.
Hesita, mas resolve-se a tratá-lo
E, lesta, vai rumando ao povoado.
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Vítor Cintra
Do livro: DIVAGANDO

3 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido amigo

Simplesmente belo este poema, adorei.

Deixo o meu carinho e um beijinho
Sonhadora

carlos pereira disse...

Caro POETA Vitor;
Excelente soneto, com a qualidade de sempre.
Um forte abraço.

Maria Rodrigues disse...

Amigo poeta, mais um poema sublime, como sempre!
Aproveito para desejar a si e a toda a sua família e amigos, um Feliz Natal, repleto de alegria, saúde, paz e amor.

“A Melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida.” (desconhecido)

Que a Luz e o Espírito de Amor do Natal, consigam prevalecer nos nossos corações ao longo de todos os dias do ano que está a chegar, para seja sempre Natal.

Beijinhos
Maria e familia