
Das horas, dessa angústia que te fere,
Soubeste demonstrar que, ter coragem,
É mais do que se pensa, ou que se quer.
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O mundo te deixou ao abandono
Depois que, qual farrapo emocional,
Te ter gerado, como cão sem dono,
Por gozo, irresponsável, de animal.
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O frio, a fome, o sono, além do medo,
São todos os brinquedos que, criança,
Do mundo recebeste, como herança.
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No teu sobreviver há um segredo
Que é feito de heroísmo e da carência,
Que cedo te roubou a inocência.
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Vítor Cintra
Do livro ENTRE O LONGE E O DISTANTE
2 comentários:
Caro Vitor Cintra;
Mais um belo soneto, na linha da que nos habituou; o tema gerador de emoções, revela o lado mais preocupado e sensível do poeta, numa harmonia estética irrepreensível.
É um privilégio para mim. continuar a lê-lo.
Parabéns.
Um abraço.
Carlos Pereira
Meu querido Victor
Tocou-me muito o teu poema...Meu Deus...porquê as crianças.
Deixo beijinhos e o meu carinho
Sonhadora
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