
FÚRIA
Do céu, enquanto raios de desgraça
Lampejam, com furor, na noite escura,
As nuvens, que nasceram ameaça,
Derramam-se em torrentes de água pura.
Ressoa, com fragor, por toda a parte,
A voz tonitruante de Vulcano,
Mais forte que a irada voz de Marte,
Capaz d'intimidar qualquer humano.
O vento que fustiga em desespero
As copas dos coqueiros desgrenhados,
Mergulha de rochedos escarpados;
Num silvo, que enfurece o mar servero,
Encontra, no rugir da profundeza,
Mais eco do que tem na natureza.
VITOR CINTRA
do livro " Relances "
3 comentários:
Em férias e com mais tempo para visitar os companheiros de blog, tenho-me deparado com momentos únicos de prazer e excelente leitura.
Aqui, encontrei uma alma de poeta, que brinca com as palavras como um mestre. Parabéns e obrigada po um momento único.
Venho me deliciar com tuas palavras.
Um abraço.
Natureza em fúria. Belíssimo.
Beijos de lua.
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