
Revestem-se de mágica teus sonhos,
Na ânsia de apagar a realidade
E pôr bastante longe a fealdade
E a dor, de tantos dias tão tristonhos.
Arredam-se da mente, nessa ânsia,
As mágoas dos abusos, tão sofridos,
Sevícias e queixumes, doloridos,
Que marcam. de tristeza, a tua infância.
Ás mãos, e por vontade, do adulto,
Que tinha obrigação de te cuidar,
Perdeste a inocência de criança,
E as marcas, no teu corpo, do insulto,
Que nem sequer o tempo há-de apagar,
São tudo o que te resta por lembrança.
VITOR CINTRA
do livro " à Distância "
1 comentário:
Que lindo e triste, ao mesmo tempo!
É pena que haja adultos capazes de fazer mal a uma criança!
Ontem soube de uma aluna minha...com alguns problemas...este poema fez-me avivar a sua lembrança.
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