Com motivo - ou talvez não-
Por capricho, uma mulher
Prende o burro quando quer.
Não está na nossa mão
Encontrar a solução
P'ra que tal não aconteça.
Muito embora não pareça,
Quando a ela lhe convém
Desamarra. E tudo bem!
Como se não fosse nada
Faz-nos crer, dessa maneira,
Que findou a baboseira.
Mas a birra sem sentido
- Artifício pretendido -
Foi apenas adiada.
Porque não foi terminada,
Quando for conveniente
Volta à liça, novamente.
Repetida cada vez
Que tal possa ser motivo
P'ra dar força ao que ela fez.
Um só modo há, de fazer
Para não enlouquecer.
É armar em vingativo!
E, dum modo compulsivo,
Não deixar desamarrar,
Quando a birra lhe passar.
Não ceder a qualquer choro,
Não ceder a qualquer choro,
A repente, desaforo,
Ou chilique. Ter presença.
Que a um dia de nirvana
Corresponda uma semana
Repleta de indiferença.
Na recusa da sentença
Há que ser mais resoluto.
Se não muda ... dar-lhe o " chuto ".
Se não muda ... dar-lhe o " chuto ".
VITOR CINTRA
do livro " Mumúrios "
3 comentários:
Lindo e divertido!
Gostei muito!!!!!
Beijinhos,
Ana Martins
Gostei muito deste teu trabalho.
Saudações de Angra do Heroísmo.
Com isso estás a dizer
que somos donas do burro
e olha que nem sussurro
desempaca essa mulher
Mas a birra tem sentido
embora não lhes pareça
Talvez uma dor de cabeça
Não te sintas preterido
Poema bem humorado e afiadinho...
Beijos
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