quarta-feira, novembro 21, 2012

ESCULTURA




De pé, sobre um andaime, a pouca altura,

Ou ao redor, no chão, onde a pousou,

Macete na mão firme, mão segura,

O homem, pouco a pouco, a trabalhou.

 

A golpes de cinzel surge a figura,

Que ao longo de milénios habitou

Na pedra da montanha, tosca, dura,

Até vir o artista, que a talhou.

 

Mas, findo esse trabalho de escultura,

Na praça, ou no jardim, onde ficou,

A gente para e olha a formusura.

 

E mesmo que perdido, na lonjura

Do tempo, caia o nome, que a criou,

Na pedra restou arte, que perdura.


                       Vítor Cintra
                     No livro: PASSAGENS
 

2 comentários:

a d´almeida nunes disse...

Viva, poeta!

Que o ano de 2013 lhe traga paz e lhe conserve a inspiração poética.

Um abraço
António

carlos pereira disse...

Maravilhoso soneto (grande mestria)
Parabéns poeta.
Abraço.