skip to main |
skip to sidebar
INVERNOVestida está, de branco, toda a serra,
Prenúncio do Natal que se aproxima;
O vento, que nos sopra lá de cima,
É gelo que fustiga toda a terra.
O fumo que se escapa de repente,
Do topo duma ou outra chaminé,
Indica que a aldeia põe-se a pé,
- Desperta, como o dia, lentamente -.
Um galo, que ao romper da madrugada
Se esforça por saudar a alvorada,
Já canta no mais alto dos poleiros.
Em ciclo natural, que surge eterno,
Sucedem-se as chuvadas do Inverno,
Depois dos muitos dias soalheiros.
Vitor Cintra" ECOS "
BUCÓLICO
Veio o sol! ... A madrugada
Recolheu-se, envergonhada
Do seu lento madrugar.
Pintalgada com magia
Surge a cor do novo dia,
Feita vida a despertar.
Passam corvos e os grasnidos,
Que nos chegam aos ouvidos,
São protestos de viúva;
Viuvez que a veste escura,
Simbolismo de amargura,
Acentua quando há chuva.
Cantam melros nos silvados,
Académicos alados
Do saber da Natureza;
Mesmo á beira dos caminhos
Há pardais, fazendo ninhos
Com afã, arte, beleza.
Corre Março, mas Abril
Vai chegar, com " águas mil "
E com campos verdejantes;
É a vida que acontece,
Toda ela feita prece,
Hoje e sempre, como dantes.Do livro " PEDAÇOS DO MEU SENTIR"(à venda nas livrarias)