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Passaste por mim, ondulante,
Os olhos sorrindo ternura,
De quem quer levar-me à loucura;
Na boca um trejeito pedante.
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Os seios dançando, promessas,
Desejos velados, doçura,
Clamando paixão, aventura,
Forçando o corpete, sem pressas.
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E, soltos ao vento, os cabelos,
Deixando um aroma no ar,
Um rasto de ti, que perdura,
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Acenam-me sonhos. Ao vê-los,
Meu corpo se agita a chamar
Por ti, qual maleita sem cura.
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Vítor Cintra
Do livro: PASSAGENS
2 comentários:
Paixão aventurareira é a primeira a aparcer e vem sem pedir e vai embora sem avisar. Ela marca a fogo e ferro e, as vezes, destroi. Cuidado com esse fogo.
Caro amigo, POETA Vitor;
Um soneto de excelência; um dos que gostei sobremaneira, dos muitos que já li da sua obra.
Um forte abraço.
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