Eu vi passar o tempo, sempre á 'spera
Que a sorte bafejasse o meu país
E que, vencido o medo de Quimera,
Fortuna fosse mais do que se diz.
Eu vi passar os anos de revolta,
Por todas as partidas de Destino,
Sabendo de há um tempo, que não volta,
No Fado, que abracei desde menino.
Eu vi as muitas Moiras, que se cruzam
No palco desta terra lusitana,
Querendo proteger a massa humana;
Mas vi, também, as Parcas, que nos usam,
Tentando demonstrar quanto é errado
Um povo destemido ser honrado.
Vitor Cintra
Do livro " Ao Acaso "
7 comentários:
QUERIDO AMIGO VITOR, BELÍSSIMO SONETO E ESTA MÚSICA FAZ SEMPRE O MEU CORAÇÃO BATER MAIS FORTE... UM GRANDE ABRAÇO DE CARINHO E TERNURA,
FERNANDINHA
Caro Vítor,
belíssimo e forte soneto "Eu Vi", um testemunho fantástico e real!
beijinhos,
Ana martins
Muito bonito e de imenso bom gosto este post e a escolha do poema.
Os meus parabéns! Cá vai um abraço da Ilha Terceira.
Vistes bem! Pois devemos ter sempre os olhos bem abertos, pois neles retemos as imagens que o tempo armazena em nossas memórias. É do que se vê que se faz história!
Não consegui abrir a música...
Beijo pra ti Vitor
ps: Ainda lerei teus livros!
Amigo Vitor, valeu! Obrigado por sua visita e por me seguir, fico muito honrado e feliz. Porque somos felizes quando contribuímos para a felicidade dos nossos semelhantes. Deixo um abraço fraterno e justo. Cada vez que volto aqui me sinto melhor, parabéns. Seu Blog esta a cada dia mais interativo. Sua postagem de excelente qualidade e atrativa, gostei, maravilha! Votos de muito sucesso, de par com os de um ótimo e alegre final de semana. Encontraremos-nos sempre por aqui... Aguardo sua visita. Que a misericórdia divina nos cubra de suas infinitas bênçãos, muita paz, luz e proteção.
Valdemir Reis
Vitor Cintra
Eu vi passar o tempo...
Belíssimo soneto, leio seu, me fez recordar uma canção do nosso Chico
Buarque de Olanda.
Meus cumprimentos, mais um recanto cultura em grande estilo,
Efigênia Coutinho
Nevoeiro
Estou a olhar ao longe
Com vontade de descobrir alguma coisa...
Olho e o nevoeiro é muito denso...
Nevoeiro cinzento claro, que é uma bola imensa....
Tento entrar lá para dentro
E faço-o devagarinho.
Com medo de descobrir O que está do lado de lá.
De repente, como por magia
O nevoeiro desapareceu...
E vejo-me caminhar...
Com toda a claridade e transparência...
Subo a colina devagar,
Salto as pedras que surgem no caminho...
Coloco as mãos na água que escorre...
Por entre as rochas...
Deixo que os meus lábios...
Toquem a água cristalina
E então com mais força...
Vou continuando a subir...
Chego ao fim da linha...
Sem nevoeiro nenhum, e com muita luz...
Olho o horizonte, olho a planície...
E sinto ...a beleza do mundo...
E a ingratidão- do Homem
Lili laranjo
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