segunda-feira, fevereiro 25, 2008

ECOS




ECOS

Ecos dum tempo distante,
Que se findou num momento,
E, por ter sido tormento,
Se recorda a cada instante.

Ecos dum tempo passado,
Mas que se tem tão presente,
Porque um viver imprudente
Fez que ficasse lembrado.

Ecos de vida, que à toa,
Não sendo má, não foi boa,
Num mundo feito de becos;

E que não tendo saída,
Nem curta foi, nem comprida,
Mas que deixou tantos ecos.


VITOR CINTRA
do livro " Relances "










segunda-feira, fevereiro 04, 2008

DESPIQUE





DESPIQUE



Vejo nas lágrimas, medos
- Quantos profundos demais -
Onde se escondem segredos
De corações desleais.


Há, no silêncio, tormentos
Duma amizade perdida
Onde quaisquer sentimentos
Murcham, sem verem saída.


Contam-se as vidas em anos,
Horas, minutos, segundos,
Mágoas, ou só desenganos,
Contam-se em perdas de mundos.


Tem cada qual duas faces,
Mas não há duas iguais,
Por onde quer que tu passes
Hás-de ter sempre rivais.



VITOR CINTRA

"Murmúrios "